19 de setembro de 2024

O Projeto Quebrando o Silêncio realizado pela Igreja Adventista do 7º Dia, tem contribuído de forma positiva nas ações educativa e de prevenção contra o abuso sexual e à violência nas suas inúmeras formas.

O programa que está em sua 21ª edição, foi apresentado na noite de ontem, terça-feira, 22, na Câmara Municipal de Vereadores, pelo pastor Marceleo Pereira de Lima, da Igreja Adventista, e foi elogiado pelos vereadores presentes que se colocaram à disposição da instituição religiosa.

O pastor lembrou que o projeto é desenvolvido em oito países da América do Sul. “Estamos no 21º ano do projeto, uma campanha promovida anualmente pela Igreja Adventista do 7º Dia, de educação e prevenção contra o abuso sexual e a violência nas suas inúmeras formas”, destacou, agradecendo o presidente da Casa de Leis, vereador Ubiratan Canhete de Campos Filho (Bira) e demais vereadores pela oportunidade.

O pastor lembrou que a mídia apresenta diariamente, um quadro de violência assustador, e que as crianças, mulheres e idosos são as principais vítimas.

Fez um relato sobre os tipos de violência, entre elas, a doméstica contra a mulher, cuja estimativa aponta que cinco mulheres são espancadas a cada dois minutos, e que o parceiro (seja namorado, marido ou o ex) é o responsável por mais de 80% dos casos.

E os números apresentados pelo pastor, não são nada positivos. Lembrou que, de acordo com o Monitor da Violência e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública 2022 (FBSP), Mato Grosso do Sul é o estado brasileiro que mais mata mulheres: 8,3 a cada 100 mil. Também está entre os três com a maior taxa de feminicídio, são 2,6 mortes a cada 100 mil mulheres.

Crianças e adolescentes

Outra triste estatística de casos graves de violência está relacionada ao abuso sexual de crianças e adolescentes, com 70%. “A cada 11 minutos, uma pessoa é estuprada no Brasil. Em Mato Grosso do Sul, até maio de 2022, a média era de 2 crianças estupradas/dia. Nesse ano, o estado já registrou mais de mil denúncias de exploração sexual infantil”.

Segundo as estatísticas, a maioria das vítimas são meninas: 68%. E os abusadores, em 85% das ocorrências, são pessoas próximas, do próprio convívio familiar.

Ações

Marceleo ressaltou que, diante desse cenário, a Campanha Quebrando o Silêncio está trabalhando com os objetivos de conscientizar a população em geral por meio do ensino de regras simples e eficazes de prevenção e de sobrevivência ao abuso;

Orientar as famílias, pais e filhos, educadores e alunos sobre o assunto, levando esclarecimento quanto a seus direitos e alertando quanto à necessidade de quebrar o silêncio e buscar junto aos órgãos competentes o apoio necessário;

Promover a paz para um mundo melhor por meio da distribuição de panfletos, revistas e palestras, formando um padrão cultural de que a violência na família, e em qualquer ambiente, é inaceitável;

Resgatar os valores cristãos do amor e respeito ao próximo, fortalecendo a família, que é a facilitadora da interiorização desses valores, e coibir os abusadores.

Violência Obstétrica

Explicou que, neste ano, o projeto Quebrando o Silêncio quer alertar a comunidade para um tipo de violência muitas vezes esquecido: a violência obstétrica, termo usado para se referir aos abusos, desrespeito e maus-tratos durante o parto nas instituições de saúde.

Dados do Relatório das Nações Unidas mostram que uma em cada quatro mulheres já sofreram violência obstétrica no Brasil (ou seja, 25%). Segundo a análise, nos últimos 20 anos, profissionais de saúde ampliaram o uso de intervenções que antes serviam apenas para evitar riscos ou tratar complicações no parto.

Os tipos mais comuns são a aplicação da ocitocina (sorinho) sem necessidade, a episiotomia (prática que deve ser evitada, segundo diretrizes do Ministério da Saúde) e a manobra de Kristeller (a pressão sobre a barriga da mulher para empurrar o bebê).

“Além disso, podemos citar aqueles ‘mais sutis’ como: não permitir a presença do acompanhante, as más condições do sistema de saúde, xingamentos e menosprezo aos sentimentos da mulher por parte dos profissionais de saúde. Por isso estamos buscando orientar as vítimas na busca de ajuda dos órgãos competentes, quebrando assim esse ciclo da violência”, enfatizou.

Destacou ainda a necessidade de alertar as autoridades, os educadores e educandos, pais e filhos, a fim de sensibilizá-los acerca da problemática do abuso sexual e das inúmeras facetas da violência.

“Por esse motivo, todos os anos vamos às escolas e às ruas com diversos tipos de materiais como revistas, folders, cartazes, banners, vídeos e palestras. Aqui em Corumbá, já visitamos escolas, realizamos carreatas e queremos fazer mais. No próximo dia 31, vamos entregar material educativo sobre o tema a todas as gestantes no do município”, revelou.

“Temos que alertar a população em geral, convidando todos a tomar parte na solução desse problema. Como igreja cristã que somos, nosso objetivo com esse projeto é quebrar a cultura de violência crescente no nosso país e promover um dos mandamentos ensinados pelo Senhor Jesus: o amor ao próximo”, concluiu.

Crédito: Assessoria de Imprensa PMC

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